As desaventuranças em série de uma cidade chamada Curitiba

esboço da capaHá alguns meses atrás, eu recebi um convite do Antonio Eder e do Walkir, da Dogzilla Studio para fazer algumas paginas de HQ para um álbum sobre zumbis e Curitiba, minha resposta foi quase imediata: – Meu, eu não vou conseguir fazer! Com muita insistência de amigo eu resolvi arriscar.

Voltei aos meus quadrinhos e as pilhas de Heavy Metal, que ganhei de forma inacreditavelmente generosa do meu amigo Luciano Fier, e tentei achar um caminho, uma linguagem. Depois de folhas e folhas de rabisco eu percebi que o caminho era ir pelo que eu mais gostava na produção gráfica de Chris Ware, Moebius e Enki Bilal: A quantidade estúpida de detalhes em informação que ninguém jamais vai conseguir perceber por completo, pelo menos na primeira leitura. Assim nasceu “O que não fazer em Curitiba em caso de ataque zumbi”, um guia maroto de como escapar desta praga fictícia.

Pois bem, algumas semanas depois eu enviava as duas primeiras páginas e para meu espanto, eles curtiram. Pior, nesse ponto eu já sentia uma empolgação dentro de mim para continuar, tanto que as 2 ou 3 primeiras páginas que para mim seriam o limite da minha capacidade, acabaram virando 6.

Agora estou aqui com o livro em minhas mãos, e falo com a certeza de alguém que vai na Itiban só pra ficar horas olhando as HQs (e acaba saindo sem levar nada ( $ $ )): Essa é a maior e mais fantástica coletânea de HQs do Brasil, quiçá do mundo. É de zumbi? é! É sobre Curitiba? É! Mas, o que mais se evidencia neste livro é a quantidade de gente extraordinariamente talentosa, em todos os aspectos de contar uma história, existe neste ovo de cidade.

Enfim, são 50 artistas (segundo dados oficiais) e ficaria muito longo descrever aqui o que eu senti vendo cada história, mas o maior destaque é para o empenho quase insano de Antônio Eder e sua gigantesca produção (e neste caso quantidade COM qualidade!) para fazer este livro se tornar o que se tornou e Walkir Fernandes, que eu conheci há uns dez anos atrás em uma reunião, ele muito simples mostrando seu filme de conclusão de curso… acho que era melhor que todos os filmes de conclusão de curso que eu já tinha visto misturados com mais da metade dos filmes de animação que eu viria depois! Mas eu não conhecia a produção gráfica do Walkir e suas histórias para este livro, todas, são profundas e emocionantes.

Cidade Sorriso dos Mortos Vivos fala sobre Curitiba, mas não tem aquela coisa meio pegajosa e constrangedora que às vezes o bairrismo provoca, somos nós, curitibanos, rindo de nós mesmos. Do nosso Inter 2 “socado” de gente, dos pontos turísticos vistos de formas deliciosamente peculiares, aos personagens que teimam em popular esta cidade cinza e que roubam à força um sorriso nosso!

Agora, o que resta é aquele gostinho de querer ter feito mais, a saudade das reuniões e conversas já bate e o que fica é a vontade absurda e incontrolável de continuar desenhando. Vendo o livro pronto aqui na minha frente, eu penso que eu não deveria ter dito de primeira ao Antonio e ao Walkir “eu não vou conseguir fazer!”, mas sim: – Como é que um dia eu vou conseguir agradecer vocês à altura por este convite!?

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Abaixo algumas imagens, de detalhes do livro, bem de um jeito para dar um gostinho sem entregar o ouro:

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